NAR

NAR - Núcleo de Arte de Riachos, é um núcleo do Museu Agrícola de Riachos, onde estabelece a sua sede.

Rege-se pelo seu Regulamento Interno e pelos Estatutos da ADPHNRR - Associação para a Defesa do Património Histórico e Natural da Região de Riachos.

Visa especificamente preservar, apoiar, promover, divulgar, e desenvolver as Artes e a Cultura em Riachos.

Os artistas encontram-se e desenvolvem as suas actividades artísticas e criativas
num espaço denominado OFICINA d'ARTE



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

XIX Encontro de Poesia do NAR - Poemas de Florbela Espanca



No Sábado, dia 3 de Dezembro, pelas 21h, realizou-se na “Garagem das Artes” do NAR, o XIX Encontro de Poesia.

Florbela Espanca foi o poeta em análise neste Encontro, onde foram lidos e comentados os vinte poemas da autora que compõem o “Caderno” de Poesia elaborado pela coordenação do grupo, para este Encontro. Tendo no final, tal como vem sendo habitual, sido eleito, por todos os presentes, o mais bonito dos poemas do “Caderno”.

O intitulado poema “AMAR!” foi o escolhido, e cantado…

AMAR!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...



No início deste Encontro foi proposto por Diamantino Mendes de Almeida um voto de pesar pela morte de FRANCISCO SIMÕES DA CLARA


«Certo de que o falecimento de Francisco Simões da Clara tocou fundo no coração de quantos com ele conviveram neste Núcleo de Arte, usufruindo dos seus singulares trabalhos de artesanato e da sua poesia tão singela quanto reveladora da sua imensa qualidade humana, de que deu provas no exemplar decurso da sua vida, inteiramente dedicada ao trabalho, à arte e à cultura, proponho que nesta assembleia se formule um voto de pesar pela perda deste nosso bom amigo e membro do NAR.»


Os presentes aqui reunidos neste encontro aprovaram um voto de pesar pela morte do Poeta e Artesão do NAR Sr. Francisco Simões da Clara, o que foi seguido por um minuto de silêncio.


Teresa Gonçalves dedicou-lhe alguns versos:

HOMENAGEM

Ao homem multifacetado
carpinteiro… músico… artesão
poeta… e amigo
A minha sentida homenagem
Quero transcrever o que sinto
Louvar sua coragem.
Era uma pessoa especial
Que conheci e de quem aprendi a gostar
Um Homem com H grande
Que na vida soube estar.
Irradiava simpatia
Era amável, inteligente
Era o Sr. Chico da Clara
Querido por toda a gente.
Depois de tudo o que fez
Também em poeta se tornou
Mostrando assim seu talento
P’la poesia se apaixonou.
Na sua simplicidade
Com seu estilo despretensioso
Era um filho da terra
Muito querido pelo Povo.
O Povo agradece-lhe
De Riachos enaltecer
Foi um Homem com valor
Em tudo o que mostrava ser.
Ofereço com amizade
O que contém estes versos
Com a espontaneidade
Que expresso nos meus gestos.
Quero partilhar o momento
Prestar-lhe o louvor merecido
Assim estando em pensamento
Com o nosso querido amigo!

Teresa Gonçalves
Novembro de 2011



O grupo do NAR “Músicas da Terra” que tem participado nos últimos encontros animando musicalmente estes serões cantando poesia e outros temas, também dedicaram alguns deles a Chico da Clara.


Fernando Saraiva cantou “Biogénese” de Lúcia Perdigão:


BIOGÉNESE


Escutai!
Hoje nasceu um poeta
Numa casinha encoberta
Lá no meio do arvoredo.
Chorou
Ao olhar a claridade
Talvez sentindo saudade
Do ventre que abandonou …
Ou o mundo lhe meta medo.

Olhai!
Vai a passar um poeta
De uma maneira discreta
Lê o nosso pensamento.
Rimando
A dor e a nostalgia
Sofrimento e alegria
Das gentes que vão passando …
Rimando o sol, chuva e vento.

Chorai!
Porque o poeta morreu,
Mas tudo o que escreveu
Fica para a posteridade.
Pensai
Que em cada rima já lida
O poeta volta a ter vida
Por isso Povo cantai …
Ele é canção e saudade.


O Encontro terminou com o habitual convívio à volta da mesa entremeada de bolos secos e Vinho do Porto.


A 7 de Janeiro iniciam-se os encontros de 2012 com 17 poemas de Ary dos Santos.

A todos Boas Festas de Natal e Ano Novo.

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